Ontem
Ronaldo se despediu do futebol brasileiro. Enquanto ele falava, meus olhos se
enchiam de lágrimas ao pensar que aquele cara, 3 vezes o melhor do mundo,
intitulado O Fenômeno, se sentia derrotado e dizia ter fracassado na carreira.
Enquanto ele
falava minha memória voltava no tempo, a minha e a de todos os brasileiros que
acompanharam sua carreira, tenho certeza.
Eu nem
sempre gostei de futebol. Teve um tempo na minha vida em que eu era uma menina
normal que achava que futebol era uma coisa ridícula onde um bando de homens
corriam atrás de uma bola. Mas foi na Copa de 2002 que eu descobri. A mágica, a
arte, a alegria dos gramados, a paixão que une uma nação inteira. Lembro de
acordar de madrugada para ver os jogos, as aulas serem interrompidas e todo
mundo ir para o pátio do colégio ver as partidas numa televisão preta de tubo.
Lembro da final.
Nunca vou me
esquecer daquela final.
Meu tio iria
se casar naquele dia e todos de casa estavam se preparando pra isso. As
mulheres costurando os vestidos, os homens lavando seus carros e engraxando
sapatos... Mas a tv sempre ligada. No apito final, todos pararam. Todos. Houve
silêncio e logo depois muita gritaria. Meu pai me pegou pela mão e disse: “A
gente vai pra rua”. Pra rua? Fazer o que na rua?
Cheguei na
rua. E foi ali que eu entendi. Um mar verde e amarelo nas ruas da Tijuca,
gritando, comemorando, pessoas se abraçando e andando sem rumo. Não era o
destino que importava, afinal.
Nessa Copa
eu descobri o futebol, e descobri Ronaldo. R9, Fenômeno, Ronaldinho. Tem o gramado como palco, a bola como troféu, o talento como marca, a superação como sobrenome.
Obrigada
Ronaldo, por fazer parte da minha história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário