29 de outubro de 2010

UM VIOLÃO


Foi engraçado. Foi de repente. Dois amigos se juntaram e começaram a cantar, um violão pra acompanhar. Sem muita pretensão de ser nada além de divertido, o que de fato foi. Pareceu ruim, pareceu bom, pareceu tão certo!

Corremos atrás da felicidade, aquela tal felicidade de cartaz de plano de saúde, aquele mundo de utopia onde todo mundo sorri cordialmente para os outros na rua e onde tudo é perfeito e acessível. Esquecemos da real felicidade, a felicidade ao alcance dos dedos, do dia-a-dia, da risada imprópria, da roda de violão. 

É esse o sorriso que deve perpetuar em nossos rostos, é esse sorriso que pretendo cultivar, felicidade que brotou num cover mal-arranjado de Velha Infância.

Pra quem quer saber de onde surgiu esse devaneio:

MORENA - O RITMO DA CHUVA

MORENA - VELHA INFÂNCIA

22 de outubro de 2010

TOMA UM REMÉDIO PRA SAUDADE QUE PASSA(?)



Hoje em dia tudo me dá saudade. Saudade do que eu vivi, do que vi e do que senti. Qualquer foto, música, frase, o relembrar de uma pessoa, me apertam o peito de tal maneira, que dói quando digo: QUE SAUDADES DISSO!! Lugares dão saudade, objetos, fotos, cheiros. Uma pulseira de neon de uma tal festa da galera, um bilhetinho que foi passado no meio da aula de matemática, um caderno rabiscado, um baralho velho que animava os intervalos de colégio...
Mas nada disso teria efeito se não pelas pessoas.
AS pessoas.
Conviver com gente tão importante assim é o que traz a certeza de que a saudade não passará, provavelmente nunca, mas que isso não importa. Se esse sentimento de impotência, esse querer voltar no tempo e não poder faz, de vez em quando, uma lágrima rolar, tudo bem.

Amigos. Reais. Que estão espalhados pelo mundo, mas que de uma forma INEXPLICÁVEL estão aqui do meu lado, enquanto escrevo isso. E amigos, mesmo em fortes tempestades, jamais irão se separar.



foto da minha formatura de terceiro ano.

(Eu sei que disse que colocaria no meu próximo post as fotos da viagem de Teresópolis, mas peço mil desculpas e dou um motivo por que elas não estão aqui: ninguém me passou ainda. Mas termino o post de hoje dizendo que elas estarão, em breve.)

15 de outubro de 2010

UM BRINDE, UMA ESTRELA CADENTE


Depois de 10 dias sem postar, nem pra mostrar que ainda vivo e que o blog ainda possui dona, cá estou eu de novo. No feriado saí do Rio de Janeiro e saí da rotina. Fui passar os melhores 4 dias de 2010 (até agora) em Teresópolis com uns amigos. E foi na noite de terça-feira, deitada em um cobertor na grama, olhando o céu estrelado que pensei o que quero compartilhar aqui.
Ali, naquele momento, eu estava sorrindo. Com frio e cansada, me sentia absolutamente feliz, e sentia que não precisava de mais nada para ter uma vida perfeita. Mas se hoje ver uma estrela cadente entre amigos me traz essa felicidade plena, será que me fará sentir assim daqui uns 10 ou 20 anos? Ver uma estrela cortar o céu será o suficiente pra eu ficar de bem com a vida? Ou é uma ilusão infantil pensar que sim? Provavelmente alguém me dirá que as pessoas mudam ao longo do tempo, e suas perspectivas também, portanto não tem como sentir-se do mesmo jeito.
Paro pra pensar: o que exatamente muda? Tornamo-nos incapazes de sentir o que uma criança sente no dia de Natal ou do seu aniversário, ou simplesmente deixamos de dar por isso? Não é o tempo que tira o brilho das coisas que vemos, são nossas próprias mãos que arrancam as lentes cor-de-rosa e as lançam pra longe, por acharmos ridículo andar por aí com óculos cor magenta e sentindo-se criança. Vamos rir! Vamos apostar pra ver quem pula mais rápido! Brindar a cada refeição sem motivo específico. Deitar no chão pra ver formas nas nuvens, pra contar estrelas!! Sentir-se leve e despretensiosamente feliz. Brincar mais e sorrir, sorrir sempre.
Vale a pena também ler o blog da Mariana Mauro, que viu a mesma estrela do que eu. http://jovempornatureza.blogspot.com/2010/10/estrela-cadente.html

(No próximo post tentarei colocar as fotos da viagem. Um beijo!)

7 de outubro de 2010

140 CARACTERES



Quando o twitter nasceu, lá por fevereiro do ano passado, fiz uma conta. Era um saco. Ninguém tinha twitter, quem tinha não sabia pra que servia, e quem não dizia que não sabia ficava twittando inutilidades a cada meio minuto. Revoltei-me, exclui e deixei aquilo pra lá. Pra que ter aquele negócio, afinal?

Foi num almoço na casa de um amigo (@pretoiasp ) que decidi que daria uma segunda chance pra aquilo. Segundo o IBOPE, o twitter cresceu 96,8% em março deste ano, bem na época em que refiz o meu.

Bom, quem me segue (@MilleDornelles) percebe que minha inimizade com o twitter passou, mas o fato de escrever míseros 140 caracteres ou menos ainda é demais pra mim. Sério, como se escreve algo em 140 caracteres? Algo com importância, com substância... Quem tem acompanhado esse blog percebe que eu gosto de desenvolver ideias, e quem me conhece sabe o quanto eu gosto de conversar. Não, não dá pra desenvolver uma ideia em 140 caracteres, foi o que sempre pensei.

Pra driblar isso, os twitteiros desenvolveram algumas técnicas: tem gente que só twitta indiretas, tem gente que só twitta coisa inútil, tem gente que não twitta nada. E tem gente que coloca hashtag em todas as palavras que escreve.

O twitter é uma grande feira livre, mas lá você escuta quem você quer.

O arroba e o octothorpe (jogo-da-velha) ganharam novos significados. Tudo mudou de sentido. Estar nos TTs é estar famoso. Contar uma boa piada no twitter é ser eternizado como WebStar e concorrer ao VMB. Por outro lado, ter menos de um zilhão de seguidores é ser condenado ao anonimato, e não ter nenhum Retweet é sua pena de morte.

O twitter tem modificado as conversas, as pessoas. Lembrando das aulas de Teoria da Comunicação, o filósofo e educador canadense Marshall McLuhan já dizia que a sociedade se modifica dependendo da mídia que utiliza. Estamos mais impacientes, queremos ler pouco e entender muito, conversas pontuadas e informações em forma de manchete.

Claro que o twitter tem suas muitas vantagens, são elas que ainda me mantêm lá. Não é a toa que Jack Dorsey (@Jack) já faturou 55 milhões de dólares. Informação em tempo real é algo sempre bom. Sentir-se mais próximo de seus ídolos e de gente que você admira, conversar com amigos que moram longe, ou nem tanto. Fora que eu me divirto muito com os tweets de #epicfail das pessoas =)

6 de outubro de 2010

DEDOS CRUZADOS


Depois de alguns minutos parada na frente do computador vendo o cursor bater pausadamente na minha cara, comecei a escrever. Inicialmente era um recado de motivação e força, mas sinceramente, não tinha a menor noção do que iria sair dali, estava escrevendo mesmo sem pensar nas palavras. A gente nunca sabe quando uma notícia ruim vai chegar e bater na sua porta. Ela vem e você tem que simplesmente lidar com ela. E dane-se. Foi assim.
Recebi a notícia de que minha prima fará uma cirurgia, e como ela mesma disse, aliás com sábias palavras, câncer é uma palavra muito forte e ninguém gosta muito de usá-la, “pois é quase impossível ter algum sentimento positivo vinculado à essa doença”.
O cursor continuava batendo na minha frente, não poderia dizer quanto tempo se passou, e nem se foi tanto quanto pareceu, talvez não chegou a um minuto, mas que o mundo deixou de agitar-se ao meu redor, isso com certeza aconteceu. Naquele intervalo de tempo nada era mais importante, nada merecia mais atenção. Naquele momento? Por que não durante toda a minha existência? Quero dizer, minha prima sempre existiu, meu bom sentimento por ela também e com certeza o medo quase que infantil de cirurgia também. Mas a gente não se liga pra isso até que ele bata com a porta no nosso nariz de coxinha.
Comecei a escrever um comentário em seu blog (que aliás é muito bom, está no fim do post) me perguntando por que não pego o telefone e ligo. Tudo bem que ela acabou de se mudar e ainda não tem telefone, mas isso não faz parte da questão que estou tentando pontuar. Será que nos tornamos tão impessoais assim? Dizem pra mim que necessitam de cirurgia e eu comento no blog? Ou será que o sentimento é o mesmo e é um preconceito sem tamanho achar que relações virtuais são menos verdadeiras do que o cara-a-cara? Só porque nos falamos virtualmente significa que não há sentimento nisso?
Continuei a escrever e, por algum motivo, não saiu tão ruim quanto achei que sairia. Acho que a diferença é mesmo o sentimento que se põe naquilo que se faz. A verdade que é mola propulsora de tudo.
Que sentimento você põe em suas ações?
Post dedicado à Kelly, que vai operar hoje.
Blog de Kelly Yara a quem interessar boas ideias: Próxima Aula...

5 de outubro de 2010

MICHAEL JACKSON



Michael Jackson. Esse nome soa atemporal. Hoje não é o aniversário de sua morte, nem do lançamento de Thriller. Ninguém tá falando dele por aí, ele não vai participar do SWU (obviamente) nem apareceu um cara alegando ser filho de Michael Jackson junto com Lady Gaga. Mas me deu vontade de fazer um post sobre esse gênio da música, dar uma relembrada.

No dia em que Michael Jackson morreu o mundo parou. As pessoas não falavam de outra coisa e não deixavam de se chocar. Lembro que a internet parou de tantos acessos por seu nome, e que a TV interrompeu a programação regular pra mostrar sua vida e carreira. E foi nessa hora que paramos pra pensar que o cara era um ícone, um ídolo! E ele estava vivo, vivendo entre nós. Mas só após sua morte é que demos o devido valor.

Não quero repetir esse erro com as pessoas que amo, que estão à minha volta. Amá-las agora pra não passar os dias lamentando o que não fiz, o que não disse.

Mas isso é só um pequeno parênteses nessa homenagem ao REI DO POP, que na minha opinião era mais do que isso. Era um ídolo sem adjetivos suficientes. E a prova de que um ídolo nunca morre é o fato de sua morte, depois de mais um ano, ainda me parecer uma mentira.

4 de outubro de 2010

FUGIR DA MÍDIA



Eleições. Dilma e Serra no segundo turno. Tiririca ganhou um milhão de votos. Carpegiani é o novo técnico do São Paulo. Pioneiro dos bebês de proveta ganha prêmio Nobel. Saiu na mídia, tá todo mundo comentando. Parece que os meios de comunicação tem ditado o assunto que preenche a cabeça das pessoas. Se você ainda não percebeu isso, faça a prova. Vá até um bar e sente-se despretensiosamente ao lado daquela mesa cheia de caras de terno, já sem gravatas, com entre 5 e 8 copos de chopp vazios em cima da mesa. São dessas mesas que sempre saem as conversas mais variadas. Salvo os comentários sobre pessoas conhecidas só deles, quantos são os assuntos que saem ali que não estão nos jornais hoje?
A rapidez das notícias é outra coisa que me espanta. Se eu começar uma conversa falando do caso do goleiro Bruno, ela vai se limitar a pequenos comentários. O assunto já está ultrapassado. Se eu for falar da gripe suína então... Muitos nem lembram quando aconteceu.
11 de Setembro virou acontecimento histórico. Fala-se disso apontando fatos e números, situando-o numa linha do tempo, detalhado com causas e efeitos. Como a Revolução Francesa ou a Guerra da Manchúria. Quem fala do passado é professor de história, mas falar de Tiririca é in.
Em 2008 fiz uma viagem pra Europa. Foi bem na época do caso da Eloá (lembra?). Quando eu voltei, CLARO que não sabia de nada, ainda não conhecia as maravilhas de acessar o mundo pelo iPhone. Fiquei espantada com as pessoas, parecia que só havia isso acontecendo no mundo. Não conseguia firmar uma conversa com alguém que não fosse sobre Lindemberg e as adolescentes. Todos os papos caíam pra esse lado, e eu querendo falar das paraolimpíadas (de Benjing, lembra?) não tinha deixa nenhuma. Sem falar do fato de todo mundo me olhar como um E.T. por não saber os zilhões de detalhes da história dos três lá.
O ser humano pensa em tantas coisas, tanta coisa que não aparece na televisão, tanta coisa que nos faz seres pensantes... Como podemos esquecer delas ou achar que, só porque não são anúncios do Jornal Nacional, não valem o nosso tempo?
Dê atenção às tuas ideias. Que provêm de ti, da tua vida, do teu tempo ocioso. Curta aquilo que pensas.

3 de outubro de 2010

O PRIMEIRO TEXTO


O primeiro texto a gente nunca esquece. Os outros pode até ser, dependendo do seu estágio de Alzheimer. Mas a primeira vez, ah! Dessa a gente lembra. A primeira vez que sentei e descontei tudo o que pensava numa folha branca de papel. No meu caso, numa tela limpa de computador. E depois que eu terminei, até eu fiquei abismada com o tamanho do arquivo, não sabia que pensava tanto, e nem que haviam tantos sinônimos para a palavra pensar.

Ele não tinha nome. Não tinha pontuação ou margem e nem era colorido. Era extenso e bem confuso de entender. Mas era meu, era eu. Era o meu eu dizendo tudo o que tinha pra dizer. E agora, nesse segundo primeiro texto da minha vida, eu volto a dizer: pequenas coisas fazem de você o que você é.

E uma lição é tirada aqui: sempre, sempre salve com proteção o que escrever.